quinta-feira, 6 de julho de 2017

🌹 POIS OBLITERO-ME🌺


POIS OBLITERO-ME

Acendo o cigarro, me oblitero
Nesta punida-de da carne, puno-me
Esta cigarrilha de aroma forte
Faço sofrer as minhas carnes
Castigo os meus pulmões, em flagelo
Deixo que a dor do corpo se propague
Suplicio em forma de prazer com lágrimas
Tinjo-me com sangue a minha vida
Por não conseguir que o amor me embriague
Como uma garrafa de vinho branco feito de uvas
Das castas de Alvarinho - Arinto que bom
Volto a acender mais um cigarro, que prazer
Só quem fuma é que sabe o aroma do maldito prazer
Sou um mártir de mim mesmo, porque quero
Vivo sem sentir, sem compreender o porquê
Apenas sei em destruir-me obliterando-me
Nesta punida-de que faço na carne, a minha claro.

Isabel Morais Ribeiro Fonseca

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